A pobreza para nós significava muito por causa de nossa história. Vivíamos nos campos de cima São João, lugar de rara beleza. Em frente a nossa casa tinha um lago imenso, na lateral direita plantio de fumo, na lateral esquerda cafezal e nos fundos, casa de farinha e mandiocal. Não sei direto o porque, só sei que o papai vendeu essa a casa e o terreno e fomos todos nós morar em Bragança. Diria minha mamãe: viemos para cidade pra (dês)burrar vocês. Na cidade de Bragança moramos em três casas. Da última, lembro-me perfeitamente e tenho as melhores lembranças: o piso era de assoalho (tábuas velhas), brincávamos lá embaixo com as bonecas de vidros quadradas, redondas, finas, grossas pretas, transparentes de todo tipo, era tudo o que tínhamos para brincar, além, é claro do nosso quintal, lá o “bicho” pegava. Passávamos horas a fio brincando e sonhando.
Continuo brincando e sonhando...
Maria José Aviz do Rosário
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