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Analia foi a primeira de nós a sair de Maruja (arquivo de família). |
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Roberta Luciana seguiu o exemplo da prima e foi pioneira das Marujas (arquivo de família). |
Todos
os anos a Irmandade dos Rosário faz questão de se deslocar de
Belém, Ananindeua e Marituba para participar das festividades de São
Benedito, e à cada ano um amigo se junta a nós para acompanhar o
cortejo do santo. Este ano foram o Genilton, o Fabrício e o Zezinho
que compartilharam conosco a alegria de ser Marujas ou Marujos na
procissão do santo preto.
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Marujos do Rosário com amigos na pocissão (foto de Laíza Maria Santos). |
Não posso dizer com precisão quem foi a primeira Rosário a ser Maruja,
mas na minha memória é a Xandu ainda jovem, eu lembro que ela teve
um problema na garganta e fez uma promessa pra São Benedito.
Nós
morávamos nos 'Campos de baixo', e por lá o tratamento era com
remédios tradicionais, que eu não sei o porquê que custou muito a
sarar, foi aí que ela resolveu ir pra Bragança atrás de tratamento
na medicina de doutor, tomou antibiótico, andou em posto médico e
passou um tempo na cidade. Foi por essa época que ela fez uma
promessa: que se ela ficasse boa, enquanto fosse viva sairia de
Maruja na procissão do Benedito.
A
Xandu fez a promessa mas teve dificuldade com a indumentária, pois o
chapéu é caro, foi quando mamãe Maxica, tia da Xandu e matriarca
da irmandade dos Rosário, mesmo sem nunca ter feito um chapéu de
Maruja, se apresentou como artesã e presenteou a sobrinha com a
indumentária necessária para pagadoras de promessas.
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Prima Xandu (sentada) de Maruja nas festividades de 2011 (Foto de Zezinho Liberato Nogueira). |
Hoje,
quase aos setenta anos, quando vai chegando dezembro a Xandu tem que
mobilizar os parentes próximos para que consiga cumprir a promessa
feita. Hoje ela tem a preocupação de um mínimo de segurança para
poder deixar a Ilha do Fujão e se deslocar até o centro de Bragança
com o conforto e necessário para uma mulher de sua idade acompanhar
os festejos de São Benedito.
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Eu com minha sobrinha Renata (foto Laiza Maria Santos) |
No
meu caso também foi uma promessa, eu fiquei doente e uma colega de
trabalho fez a promessa para que eu saísse de maruja por três anos,
e me senti na obrigação de cumprir a promessa dos outros. Mas se
for pra falar só do povo da Maxica, a primeira mesmo foi a Analia
que ainda criança se arrumou de Maruja e acompanhou a procissão,
mas ela foi por pura curiosidade. Mamãe fez o chapéu e eu costurei
a roupa pra ela.
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Maria Luiza se preparando para a procissão (foto Laiza Maria Santos). |
Depois
disso a presença dos Rosário na procissão virou tradição e todos
nós fazemos questão de, em dezembro, oferecer o almoço que Mãe
Maxica fazia para o pessoal da esmolação do santo, de costurar nós
mesmos as saias e as blusas das mulheres e as roupas dos homens da
minha família, de encapar chapéus dos homens e de enfeitar os
chapéus das mulheres para no dia 26 de dezembro fazermos bonito na
procissão.
Ananindeua,
10 de fevereiro de 2012.
Alzira
Aviz do Rosário.
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Odiléia com os netos Rafael e Maria Luiza (foto Laiza Maria Santos) |
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Joice com o filho Bernardo (foto Laiza Maria Santos). |
Que linda lembrança, quando chega dezembro o alvoroço começa e as maruja e os marujos ficam lindos para a procissão de São Benedito, que uma tradição dos Rosário participarem.
ResponderExcluirOs Rosário, estão em todos os lugares, parece invisíveis, mas é só olhar para ver nos cantos, recantos e encantos os Rosários encantando.
ResponderExcluirSalve glorioso São Benedito!